Pérola Escondida no Douro: Bem-Vindos ao Palácio de Mateus

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Uma Pérola Escondida no Douro: Bem-Vindos ao Palácio de Mateus

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Entre História e sumptuosa beleza… parta à descoberta de um lugar ímpar no Douro!

O Douro, magnífico na sua indiscutível beleza, convida a passeios durante todo o ano. Sim, desengane-se se pensa que o Inverno não é uma boa altura para descobrir os recantos encantadores da região duriense… Pois é precisamente nesta altura do ano que a quietude se deita no Vale do Douro e oferece passeios incríveis, nos quais o sossego e a paz reinam, permitindo a descoberta de verdadeiras pérolas que se escondem naquela que é considerada (por quase todos) a região mais bonita do país.

Na verdade, o Douro tem um microclima Mediterrânico muito próprio, o que se reflete diretamente na qualidade do vinho produzido na região. Isto deve-se, sobretudo, à cadeia montanhosa que o protege do Atlântico. Assim, os Verões são quentes e os Invernos bastante rigorosos, com chuva e neve em algumas áreas. Os populares costumam, até, dizer que no Douro há “nove meses de inverno e três meses de inferno”.                  

Contudo, é quando o tempo mais gélido se instalada no Douro, que as paisagens escurecem, oferecendo-nos uma beleza ancestral, com ares medievais, que apetece reter para sempre. Os restaurantes, monumentos, museus e cafés tornam-se ainda mais atrativos, convidando a dias bem passados ao sabor de um delicioso cálice de Vinho do Porto.

E por falar em encantos do Douro, há na região duriense uma verdadeira pérola que merece ser descoberta, tamanha a sua beleza e riqueza cultural: o majestoso Palácio de Mateus.

Se nunca o visitou e quer conhecê-lo, ou se já por lá esteve e quer voltar, descubra abaixo tudo o que precisa de saber sobre este verdadeiro tesouro em plena região duriense.

 

Palácio de Mateus: um tesouro no Douro à espera de ser descoberto

Considerado uma das mais bonitas representações da arquitetura barroca no nosso país, o Palácio de Mateus – também conhecido como “Casa de Mateus” – é um solar situado a apenas 2km de Vila Real. Há quem o conheça exclusivamente pelo seu vinho Mateus Rosé, mas a verdade é que a sua opulência e maravilhosos jardins, rodeados de terrenos dedicados à viticultura, fazem dele um dos monumentos mais importantes do Norte do país.

Datado de 1619, não se sabe ao certo quando é que o edifício original deu lugar ao Palácio de Mateus. Com certeza, apenas se pode afirmar que, em 1721, era propriedade de António José Botelho Mourão – o terceiro Morgado de Mateus – e que as obras do Palácio ficaram oficialmente concluídas com o seu filho, em 1750.

 

O Interior do Palácio: uma porta aberta para o passado

Segundo dados históricos, o Palácio de Mateus foi assinado pelo italiano Nicolau Nasoni (também responsável pela Torre dos Clérigos, no Porto), uma vez que há uma coerência de estilo entre o Palácio e outras obras da sua autoria.

Constituído pela casa principal, onde se destaca a biblioteca, por uma adega, uma capela e os magníficos jardins – onde há 37 anos, num magnífico lago, dorme escultura de João Cutileiro – o Palácio de Mateus é tão arrebatador, quanto fotogénico. Afinal é, desde 1911, Monumento Nacional.

Quando entramos na casa, são várias as salas que nos levam pelos corredores da História, permitindo-nos absorver os costumes de outros tempos. O salão de entrada é uma das maiores personagens deste cenário, e aqui podemos ver os brasões de armas do construtor da Casa, António José Botelho Mourão, no teto de madeira de castanho.

Para além deste belíssimo compartimento, nas salas de Mateus d’Allém podemos observar leitos e móveis, dos quais se destacam os armários encastrados e os quadros, como se fossem receber um hóspede a qualquer momento; a sala do Tijolo, onde dominam os retratos de D. João V e D. Maria Ana de Áustria; a sala da Louça Azul, que foi um antigo escritório e onde se podem observar os retratos de família em óleos, gravuras e fotografias da época; a sala Rica, também conhecida como a sala de Visitas, onde está um conjunto de móveis provenientes dos mais diferentes pontos do globo e das mais diferentes culturas; a sala de Arte Sacra e sala dos Paramentos, onde funcionou um museu primitivo, mandado instalar por D. Francisco, 3.º Conde de Mangualde. Depois de remodeladas, passaram a acolher um notável acervo de arte sacra.

Já a sua Capela começou a ser construída ainda em vida por António José Botelho Mourão, com o objetivo de “uma maior honra e glória a Deus”. Este comportamento que vale muito a pena visitar foi, apenas, inaugurado pelo seu filho, em 1759, guardando uma imperiosa coleção de relíquias.

A biblioteca também merece uma visita e mantém protegida, para além de outros inúmeros títulos, a versão ilustrada dos Lusíadas de Luís Vaz de Camões, editada em 1816.

Com efeito, as escadarias, os jardins, o salão nobre e todo o Palácio são de uma elegância arrebatadora, repletos de pormenores encantadores, onde nos apetece demorar.

Por isso mesmo, mais do que beleza, o Palácio de Mateus é um daqueles lugares que unem, de forma absolutamente harmoniosa, a cultura, contemplação e produção agrícola num único espaço.

 

Os Jardins do Palácio de Mateus: um passeio deslumbrante

Também os incríveis jardins que ladeiam a Casa de Mateus são de uma beleza natural de cortar a respiração. Foi a Condessa de Mangualde, no fim dos anos 30, quem mandou plantar, a sul da Casa, estes jardins. Mas foi o seu filho quem, com o desenho de António Lino, plantou o inigualável e famoso túnel de cedros (que cobrem a escadaria nascente), e com o desenho de Paulo Bensliman reformulou os jardins de bucho.

Consequentemente, para além do túnel de cedros, nos jardins há lagos, espaços ajardinados geometricamente desenhados e, claro, bancos que convidam a respirar a paz e o sossego que apenas a Natureza e um ambiente tão bucólico conseguem proporcionar.

Uma vez que os descendentes da família Soysa Botelho ainda moram na casa, há salas às quais a visita não é permitida. Mas o facto desta Casa ainda ser habitada torna tudo muito mais misterioso e encantador!

 

As Salas da Adega: aliando mais uma experiência típica

Chegados às salas da adega, construídas no século XVI e incluídas na casa por D. Maria Coelho Mourão e seu marido, em 1655, uma deliciosa prova de vinhos não pode faltar. Aliás, está no local certo e esta é uma experiência que, certamente, não vai querer perder. E há duas modalidades de prova de vinhos: a prova de Vinhos do Porto e a prova de Vinhos DOP do Douro.

Como está bom de ver, com o frio de Inverno como pano de fundo, nada melhor do que saborear um vinho delicioso, enquanto a mente desliga do bulício quotidiano e se permite, finalmente, relaxar.

 

Assim, mais do que um monumento, o Palácio de Mateus é uma experiência única e maravilhosa que, além de deixar boas memórias a quem o visita, nos faz querer repeti-la vezes sem conta!